sábado, 30 de agosto de 2008

Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Noite de Luar

E após andar horas sem descanso
a cidade já desaparecia ao longe,
como pontos brilhantes no horizonte.

apesar do cansaço e da fome
um ar de satisfação por pisar em folhas e galhos,
rumo ao topo mais alto daquela montanha.

Foi quando se deu o espetáculo;
e ela apareceu linda diante de seus olhos:
enorme e brilhante.

Há tempos um largo prédio impedia esta visão.
Se era nova, cheia, crescente ou minguante,
não sabia. (não poderia saber)

Mas o que sentia agora era alegria
e assim ficou durante horas, olhando...
sentindo a noite cair em seus braços.

E como se Deus aparecesse naquele momento,
se viu acreditar.
e gritou tão forte que as corujas responderam.

E ele entendeu.
Entendeu que nenhum dia de sua vida,
comparar-se ia com uma noite de luar.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Deserto

De que adianta meu coração de ouro
ou meu rosto impecável?
...

Trocaria meu camelo por um
amor correspondido.