domingo, 14 de dezembro de 2008

Linda Lua


Pensamentos voam
com destino certo

E absorve em sua luz
corações saudosos

Reflete olhos brilhantes
sorrisos largos

Ilumina o caminho
dos enamorados

Recebe meus sonhos
e um pedido breve

Um beijo, um abraço
um perfume de flor

Reluz soberana
rainha da noite

Envia um recado
pro meu amor

domingo, 30 de novembro de 2008

Tempo

O meu tempo muda
se adapta.
Ele capta
o momento
pra depois passar.
Meu tempo voa
e se encaixa.
Ele vive em função
do que bate no peito.
O meu tempo é outro
mesmo sendo o mesmo,
que todos os outros
afirmam não ser.
O meu tempo é ouro
e se move lento,
basta o pensamento
estar em você.

Alguma coisa acontece

...no meu coração.

e a tempestade vem mesmo
no copo meio cheio ou meio vazio
e não sei pq cargas dágua
meu poema finda antes do tempo!
...

Só porque...

ai ai tudo de novo,
a mesma tecla
o mesmo som...
e depois da escacês de palavras (e de afeto)
aquele tom amargo
volta aos meus poemas

sábado, 29 de novembro de 2008

De novo


eu não aprendi
e não venha me ensinar
todas essas coisas
que eu já sei de cor

sábado, 1 de novembro de 2008

SÓ PORQUE NÃO FUI AO for all.

FLOR CAI FLOR SOBE VOCE SÓ ESTA POR CIMA POR QUE MERDA NÃO AFUNDA!!!
EM DEZ IMBECIS NO MUNDO... E EU SOU TODOS ELES!!!

SOMOS DIFERENTE TU E EU
TENS FORMA E GRAÇA E A SABEDORIA DE CRESCER ATÉ DAR PÉ
NÃO SEI DE ONDE VIM NEM SEI ONDE QUERO CHEGAR
SÓ SEI QUE EU SÓ SIRVO PARA UMA COISA QUE EU NÃO SEI QUAL É
ÉS DE UMA PIPA E EU DE UM CRIPTO
TU-LIPA
EU-CALIPTO.

{Post por Fabiano Freitas}

sábado, 20 de setembro de 2008

Cais

Há um momento em que
nem o pratear das ondas,
nem o vento no cabelo,
nem o azul do céu infindo,
parece mais bonito que o porto.

É quando lamento ter embarcado.
E então me lembro que o pirata é você.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sol de Primavera

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...

[Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos]

sábado, 30 de agosto de 2008

Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Noite de Luar

E após andar horas sem descanso
a cidade já desaparecia ao longe,
como pontos brilhantes no horizonte.

apesar do cansaço e da fome
um ar de satisfação por pisar em folhas e galhos,
rumo ao topo mais alto daquela montanha.

Foi quando se deu o espetáculo;
e ela apareceu linda diante de seus olhos:
enorme e brilhante.

Há tempos um largo prédio impedia esta visão.
Se era nova, cheia, crescente ou minguante,
não sabia. (não poderia saber)

Mas o que sentia agora era alegria
e assim ficou durante horas, olhando...
sentindo a noite cair em seus braços.

E como se Deus aparecesse naquele momento,
se viu acreditar.
e gritou tão forte que as corujas responderam.

E ele entendeu.
Entendeu que nenhum dia de sua vida,
comparar-se ia com uma noite de luar.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Deserto

De que adianta meu coração de ouro
ou meu rosto impecável?
...

Trocaria meu camelo por um
amor correspondido.

domingo, 27 de julho de 2008

É ou não é?

É quando a luz se acende
e o inesperado bate à porta
É nao pensar demais
porque nunca se sabe
É fechar os olhos e
se deixar levar
É se surpreender
de tanto apaixonar
É isso tudo
aquilo que leva o tal vento
É tudo isso
que em um segundo é nada
Pra renascer no sorriso seguinte
Pra colorir nossa paz... nossa alma

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Meu coração

Meses caminhando e ainda não encontrei
o tal poço dos desejos!
Vou usar algumas moedas pra comprar um camelo.

Bem-me-veja!

Um campo enorme...
mal vejo além do horizonte
não existem trilhas:
"faça o caminho você mesmo".
Sento na única pedra que vejo em todo local
e espero.
Bem-me-quer? Mal-me-quer? Bem-te-vi??
Nada.
apenas o campo,
o vasto campo,
e eu.

domingo, 13 de julho de 2008

Dia em Sol menor

Não insista, ó Lua,
já é dia! - gritei o mais alto que pude.
Mas no alto ela resistiu apontando que o
sol não é o único dono do céu,
e me convenceu.
Hoje o dia era azul, não havia nuvens
e na sombra ou no sol fazia frio.
Corri como quem fugisse de tudo
mas ela me seguia a todo lugar...
Que surpresa ver a lua quando esperava ver o sol!
O que será que eu verei quando a noite cair?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O poeta...


O poeta...
Que de mais arder incendeia
faiscando em palavras
estalando...
Não rouba, pede emprestado
sua vida é carvão
pra devolver peneirado

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O mal do amor

é provável que o título não se adeqüe ao texto.

tenho percebido que o que corre em minhas veias não é sangue
o que impulsiona meus movimentos não são sistemas
e o que me faz refletir não vem do cérebro

da época sem amor, me lembro só de ter existido
e de algumas lágrimas forçadas
deste tempo lembro só de ter relembrado fatos do passado

e o fato mais curioso é que ansiava por esse vírus que acreditava ser imune
e quando ele chegou...
veio com toda aquela água, dessa vez difícil de estancar

quando está aqui, não me lembro de como era antes
e quando não está, se quer cada vez mais presente
paradoxo intrigante...

eu não tenho nenhum vício
nenhum daqueles que se possa realmente temer
mas quando não estou amando sobrevivo
e quando estou o mundo para

e vice-versa.


terça-feira, 24 de junho de 2008

Se cada dia cai



Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

{Pablo Neruda}

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Essa dor que carrego no peito

Eu sempre subestimei o tamanho da estrada
E com isso não notei que esta era encantada,
e crescia quilômetros a cada dia

Percebi isto da forma menos apropriada
nem o grito mais alto se ouvia
Nem sinais de que alguém me esperava

O longo caminho cansava as botas
desgastando as grossas solas
que eu pacientemente remendei

Lembro de quando esperar era fácil,
chegar na hora certa era fato
Mas agora já se passaram tantos dias!

Que posso entender que nem tudo é perfeito
e essa dor que carrego no peito
é de não conseguir te ver

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Estalo!

Descobri que o meu amor não existe
E que há tempos tenho sonhado
com alguém imaginário
Por isso meu telefone não toca com frequência!
Por isso não tinha ninguém no dia dos namorados!
Percebi que o meu amor é nuvem
E que espalha e some como fumaça
Por isso parece que olho e não vejo!
Por isso que eu choro e não adianta de nada!

Desalinhos










E de toda lasca
espero um brilho,
uma faísca, uma chama
ao invés de desgastar

E de todo atrito
aguardo um novo choque
mas que sirva pra polir
ao invés de desbastar

E desses fragmentos
receio um desapego
medo desse tormento
ao me decepcionar

Mas de todo encontro
anseio um recomeço
fruto de meu apreço
consequência de te amar

quarta-feira, 18 de junho de 2008

145 km


Sabes que eu sou inteira tua
e é teu também o meu sorriso que adoras
toda alma, carne e pensamentos
e é tua até a lágrima que rola

Quem és tu? Que eu tenho sem ter
Quem és tu? A quem flutuo em solidão
Não conheço o coração que me invadiu
145 km em vão.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Ao coração que sofre

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

[Olavo Bilac]

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos Namorados

Droga de dia!


você não está aqui.



e nem liga pra isso.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Anti-Posse

Te amo tanto que te esqueço
para não me saturar
de tua imagem
É preciso que deixe de ser importante
tu me procurares
pois na medida
em que me sinto livre
te vejo chegar:
quanto mais longe de ti
mais estás aqui.
Vou ao teu encontro,
como se não existisses
e surpreendentemente
estás próxima do meu corpo.
Eu te aguardo,
para viver minha maior surpresa.
Eu te aguardo,
sem querer te esperar,
daí a minha urgência.
Faço um incêndio
das lembranças tuas,
sem saber que eras as chamas
em que me deixo arder.
Eu me escondo na noite
de tua ausência
e me despejo (me despojo)
nos braços de tua aurora chegante.
Eu te amo
porque nada quero (cobro) de ti.
Eu tenho tudo o que és
porque não te possuo
porque não és minha.


{Poema de Flávio Nascimento}

domingo, 4 de maio de 2008

Amanita Muscaria

listras, círculos, espirais
o céu pintado em aquarela
este suor frio na testa
nada tem a ver com o que o sorriso revela

sentindo no corpo
a respiração da floresta
o vai e vem das paredes
e o ondular das janelas
a chuva pinga em multicores
o que jamais conheci com outras ervas

sincero, confesso
não penso mais nela
se fecho os olhos vejo flores e amebas
o chão parece coberto de esferas
e eu sinto vontade imensa de cantar!

lá lá lá...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fernando Pessoa

Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.

Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Paisagem

Registrado em fotografia
uma paisagem,
tom sobre tom.
Ela, sereia, em ondas leves
formadas pela brisa
pernas pedras e coxas
feições plácidas
colo meio amostra
mão estendida
Ele, Lobo, furacão do mato
marcas cachos e músculos
cabeça a voar
Ela-rio, cachoeira-ele
dedos, mãos, leve pouso
Ela Rio, cachoeira dela
-Repousa em meu leito já que
nasces de um toque
-Tenho pressa, sou correnteza
não devo parar

domingo, 6 de abril de 2008

Vermelho-fulô



Lembro sempre do amarelo-expansivo
e do azul-claro-pijama-quentinho
Sinto falta de um tom
verde-refúgio
pra colorir minha vida
de lilás-céu

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Coragem


Passeava eu no campo
acompanhando uma borboleta
Certa vez acordei cedo
e não a vi
Pra não andar sem rumo esperei
na beira de um rio
e quando ela veio
não pude deixar de me alegrar
Mas era outra trazendo um recado,
que eu não mais teria minha borboleta azul
E eu já sem rumo e tão preocupada
permaneci no rio enfrentando as duras cheias
Muitos dias, semanas depois,
a borboleta mais linda voltou
e abriu o nevoeiro que
havia em minha frente de tal forma
que nem pude atirar as pedras que separei
A partir de então ela me guiava só de noite
às vezes nem estava lá
e eu sempre com as pedras no bolso
mas sem coragem de atirar
Porque quem aprecia um azul cor de céu
acaba lidando com o sublime
e nos segundos que ocorre a caminhada
desmedido é o avanço na relva
O bolso pesado incomoda
mas prefiro continuar só andando
o medo de não ter o chacoalhar de suas asas
se reforça na paz que por hora triunfa

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ilusão

As opções eram vastas
e precisavam de nós dois pra acontecer
mas você seguiu outro caminho
blefando promessas
E todos os planos pra amanhã e depois
não se concretizariam
Tamanho foi o desânimo
que mal pude discordar
engoli seco;
deitei pra molhar o travesseiro;
fui andar;
tomei sorvete;
não adiantou.
O dia não acabara ainda e
não devo matar a esperança
Mas tamanho foi o desânimo
que já não espero
pra não ficar na vontade
Tão perto e tão longe
Não era pra ser assim
Assim doi mais...
muito mais.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Presente

O presente não nega:
estás por aqui.
E esqueço os momentos passados
o futuro idealizado
e o silêncio da solidão.
Um presente! Não nego:
estás por aqui.
E felizes são meus olhos
porque posso te ouvir
ainda há distância
mas há de convir,
que nada é perfeito
e é preciso compartilhar.
Se faz presente:
estás por aqui.
Reconheço a tristeza
mas esta não vinga,
quando perto não lembro
porque antes sofria
e só tenho sorrisos
mesmo ouvindo o silêncio
digo que sim e finjo que entendo
porque estou aqui sozinha
mas
estás logo ali.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Jardineiro

Sei que agora és pássaro
e que coleciona flores
Não deve ser fácil
cuidar de tantos jardins
Ventos sopram seu sobrevôo
em outros campos
E aguardo na relva
sem muito preocupar
Às vezes à noite quando
o silêncio é latente
gotas salgadas ajudam
o solo a se manter arado
Embora já falte uma
de minhas pétalas
jardineiro que és não me
deixas murchar.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Odisséia

Esse frio mal começou a cortar
e meu poema não passa de duas linhas
Talvez porque eu não ache no inverno
o conforto que encontro ao lado do meu amor
Nuvens cinzentas escondem as palavras
e deliro que haja algum sentido
pra estas enchentes,
porque quando não se escutar mais
o canto das sereias
transbordarão tantos beijos quantos forem
os pingos dessa chuva.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Lua Nova

Por isso todas as noites corro pra vê-la
no mesmo horário,
aquele que a deixa
plenamente à mostra.
E me banho com sua luz fria,
de olhos fechados,
sorriso nos lábios,
cabeça erguida...
Tudo de bom e ruim que havia antes
eu não mais teria.
Nova fase: solidão.
Boas vindas ao inédito!
Mas que vá embora tão rápido quanto chegou

terça-feira, 18 de março de 2008

Alberto Caeiro

Talvez quem vê bem não sirva para sentir
E não agrade por estar muito antes das maneiras.
É preciso ter modos pra todas as cousas,
E cada cousa tem seu modo, e o amor também.
Quem tem o modo de ver os campos pelas ervas
Não deve ter a cegueira que faz fazer sentir.
Amei, e não fui amado, o que só vi no fim,
Porque não se é amado como se nasce mas como acontece.
Ela continua tão bonita de cabelo e boca como dantes,
E eu continuo como era antes, sozinho no campo.
Como se tivesse estado de cabeça baixa,
Penso isto, e fico de cabeça alta
E o dourado do sol seca as lágrimas pequenas que não posso deixar de ter.

Como o campo é grande e o amor pequeno!
Olho, e esqueço, como o mundo enterra e as árvores se despem.

Eu não sei falar porque estou a sentir.
...

(Fernando Pessoa)

domingo, 16 de março de 2008

Saudade


Fechei a janela sem olhar
o que havia do outro lado.
cheguei a me arrepender de tal ato,
mas fingi não me importar.
não quis olhar o céu
tampouco suas estrelas,
todas elas já cansaram
dos meus pedidos repetidos.

sábado, 15 de março de 2008

A vida muda

Num piscar de olhos
a vida muda,
e não é mais livro aberto.

Num lugar distante
a vida muda,
e não é só mistério (este não há).

E se costumava olhar o céu
e ver azul,
hoje o azul que olha
sem pressa de decifrar.

A vida muda
o céu não.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Babilônia


Hoje amanheceu com chuva
e entardeceu da mesma forma
mas eu não percebi
porque quando céu é branco me perco nas horas
e me perco em mim mesma
e de alguma forma esqueço a babilônia
porque o céu daqui não tem tantas estrelas a noite
mas quando está branco aqui...
está branco em todo lugar


Gaia


Gaia, era a deusa da Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos.

Gaia - Deusa Grega da Terra;
Gaia - Hipótese científica da Terra como ser vivo;
Gaia - Conceito filosófico relativo à sobrevivência da vida na Terra.



fonte: wikipedia

quinta-feira, 13 de março de 2008

Coisa Linda

Faz tempo que o não usual me agrada.
Miro as coisas além de sua superfície:
olho o azul do céu lilás;
leio as palavras de um livro sem capa;
vejo pessoas e não cores;
vejo a alma e não as pessoas.
Faz pouco tempo que percebi isso como dádiva,
antes era um gosto esquisito-
um motivo de risada.
Hoje a risada da lugar a um sorriso suave
que repousa nos lábios da mais bela flor
Mas só eu sei disso. E só eu entendo.
Quando aprendi a ver corações ao invés de pessoas
foi que descobri que eu não era diferente
E passei a me ver no olhar do outro enquanto falo.
Alma, coração e olhar costumam me guiar,
e como 3 direitas viram uma esquerda,
voltam as risadas e toda aquela interrogação.

sábado, 8 de março de 2008

Poemas Antigos

Incondicional

Curioso é querer-te
além do que se espera
de incondicional tentar
por outonos, primaveras
Saboroso é o deleite
ilusão a qual se entrega
de irracional pensar
em seus beijos, quem me dera!


Conceitos

Impostos à força
ou até coniventes
conceitos esbarram
num lado da mente
em que todo homem são
se transforma demente
quando para e percebe que pensa em vão.
Não vale de nada
a palavra que prega
é mais forte que o forte
prisão que renega
e o inútil se cabe na batalha de então.
De alma vendada
olhos bem abertos
sentimentos se trancam
em valores cobertos
e o gosto cinzento
amarga a beleza
no tato não-sincero
da real visão.
E então um colapso
invade o sensato
e o abismo do fútil
se encontra a um passo
onde a queda do corpo
é alívio imediato
provocando na mente
intenso torpor.

(31-05-05)