sexta-feira, 4 de abril de 2008

Coragem


Passeava eu no campo
acompanhando uma borboleta
Certa vez acordei cedo
e não a vi
Pra não andar sem rumo esperei
na beira de um rio
e quando ela veio
não pude deixar de me alegrar
Mas era outra trazendo um recado,
que eu não mais teria minha borboleta azul
E eu já sem rumo e tão preocupada
permaneci no rio enfrentando as duras cheias
Muitos dias, semanas depois,
a borboleta mais linda voltou
e abriu o nevoeiro que
havia em minha frente de tal forma
que nem pude atirar as pedras que separei
A partir de então ela me guiava só de noite
às vezes nem estava lá
e eu sempre com as pedras no bolso
mas sem coragem de atirar
Porque quem aprecia um azul cor de céu
acaba lidando com o sublime
e nos segundos que ocorre a caminhada
desmedido é o avanço na relva
O bolso pesado incomoda
mas prefiro continuar só andando
o medo de não ter o chacoalhar de suas asas
se reforça na paz que por hora triunfa