Poderia jurar que era mais um de seus caprichos
ou jurar que era arrogância pois sabia que era foco.
Mas tinha ao seu entorno tantos olhos ociosos,
tantos abraços maliciosos e tantas palavras etéreas,
que pra sua fuga, o pensamento costumava levitar nos momentos menos propícios.
Num desses lapsos, foi dormir com saudade.
Acordou com a ausência e passou o dia com vontade.
Por que a inveja é tão rasa?
Decerto se mergulhasse mais fundo descobriria o quão leviana é.
Perde-se tanto tempo com a frivolidade das aparências...
Mas que não seja esse sentimento a pauta!
Por que na verdade o tema é a falta,
mesmo quando transborda, ou parece sobrar.
E de tentar uma conclusão pruma quimera,
ganhou um tormento quase que inventado,
com doses de utopia que vira realidade quando se acorda...
Mas acordou com a ausência e passou o dia com vontade.
E num desses lapsos, foi dormir com saudade.